Pesquisa IATA mostra viajantes mais seguros

A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) anunciou os resultados de pesquisa online realizada entre 15 e 23 de fevereiro de 2021, com pessoas que viajaram nos últimos 11 meses.

O estudo revelou o aumento da confiança no retorno às viagens aéreas, frustração com as atuais restrições, principalmente a exigência de quarentena, e aceitação de um aplicativo de viagens para gerenciar credenciais de saúde.

Segundo a pesquisa, 88% dos entrevistados acreditam que, ao abrir as fronteiras, será possivel conseguir alcançar um equilíbrio entre a gestão dos riscos COVID-19 e o retorno da economia. Outros 85% acham que os governos devem definir metas COVID-19 (como capacidade de teste ou distribuição de vacinas) para reabrir as fronteiras.

Quase mesmo número, 84%, aposta que a COVID-19 não desaparecerá, e que será necessário gerenciar os riscos sem proibir ou dificultar as viagens, já que 68% concordaram que sua qualidade de vida sofreu com estas restrições e 49% que elas foram longe demais.

Embora haja apoio público para as restrições de viagens, está ficando claro que as pessoas estão se sentindo mais confortáveis com o gerenciamento dos riscos do COVID-19. As restrições de viagens trazem consequências para a saúde, sociais e econômicas. Quase 40% dos entrevistados relataram estresse mental e perda de um importante momento humano como resultado de restrições de viagem. E mais de um terço disse que as restrições os impedem de fazer negócios normalmente.

O resultado foi considerado promissor pela Associação que representa 290 companhias aéreas, totalizando 82% do tráfego aéreo global. "A principal prioridade de todos, no momento, é a segurança. Mas é importante mapearmos uma forma de reabrir fronteiras, gerenciar riscos e permitir que as pessoas continuem com suas vidas. Isso inclui a liberdade de viajar. Está ficando claro que precisaremos aprender a viver e viajar em um mundo que tem COVID-19," afirmou Alexandre de Juniac, presidente da IATA.

PERSPECTIVAS PARA CURTO PRAZO

Quando perguntados sobre previsão, 57% esperam viajar dentro de dois meses após a contenção da pandemia (eram 49% em setembro de 2020). Já 72% querem viajar para ver a família e amigos o mais rápido possível (número era de 63% em setembro de 2020).

A vacina aparece em destaque com 81% dos entrevistados acreditando que terão mais probabilidade de viajar uma vez que forem vacinados. Um caminho inverso da quarentena. 84% disseram que não viajarão se houver uma chance de quarentena no destino (número que era de 83% em setembro de 2020)

A estabilização da economia é importante para 56% dos entrevistados que afirma que somente retomam as viagens com um cenário econômico melhor (número era 65% em setembro de 2020).

As respostas da pesquisa estão nos dizendo que as pessoas estão ficando mais confiantes para viajar. "As pessoas querem voltar para viajar, mas a quarentena é o obstáculo. À medida que a capacidade e a tecnologia de teste melhoram e a população vacinada cresce, as condições para a remoção das medidas de quarentena estão sendo criadas. E isso nos aponta novamente para trabalhar com os governos para uma reabertura bem planejada assim que as condições permitirem", disse de Juniac.

IATA TRAVEL PASS AGUARDA CRIAÇÃO DE PADRÕES GLOBAIS

De acordo com a IATA, a pesquisa produziu dados muito encorajadores, indicando a disposição do viajante em usar um aplicativo de telefone móvel seguro para gerenciar suas credenciais de saúde em viagens. Quatro das cinco pessoas pesquisadas gostariam de usar essa tecnologia assim que ela estiver disponível. Eles também esperam que as credenciais de saúde para viagens (vacinas ou certificados de teste) estejam em conformidade com os padrões globais - um trabalho que ainda está em andamento pelos governos.

Os respondentes da pesquisa também enviaram uma mensagem clara sobre a importância da segurança de dados. Cerca de 78% dos viajantes não usarão um aplicativo se não tiverem controle total sobre seus dados. E cerca de 60% não usarão um aplicativo de credencial de viagem se os dados forem armazenados centralmente.

O IATA Travel Pass, já testado com várias companhias aérea e governos, é um dos projetos que está mais adiantado neste caminho. "Com nosso sistema, os passageiros mantêm todos os dados em seus dispositivos móveis e têm controle total sobre para onde esses dados vão. Não existe um banco de dados central. Embora estejamos fazendo um bom progresso com vários testes, ainda estamos aguardando os padrões globais para testes digitais e certificados de vacinas. Somente com os padrões globais e os governos os aceitando podemos maximizar a eficiência e oferecer uma experiência de viagem ideal ", completou Juniac.